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19 de Abril de 2024

'É um milagre estar viva', diz menina estuprada e esfaqueada no Amapá

Adolescente se fingiu de morta e, após saída dos criminosos, pediu ajuda. Três suspeitos estão detidos; um segue foragido, segundo a polícia.

Publicado por Moema Fiuza
há 10 anos

um milagre estar viva diz menina estuprada e esfaqueada no Amap

Uma jovem de 13 anos, moradora do bairro Pacoval, na Zona Norte de Macapá, diz que ainda tenta esquecer o que viveu na madrugada de 7 de fevereiro de 2014. Nesse dia, ela foi estuprada por quatro homens e esfaqueada ao menos 16 vezes, em uma área de ponte no bairro onde mora. Os homens a arrastaram até o quintal de uma casa. Se fingindo de morta, a jovem conta que esperou alguns minutos até conseguir chamar a atenção de um morador e pedir socorro.

Depois de ficar internada por duas semanas no Hospital de Emergências (HE) da capital, a adolescente voltou para casa e acredita que 'foi um milagre' a própria sobrevivência. "Eu ainda choro quando lembro do que aconteceu, e penso que foi um milagre não ter morrido com tudo isso. Agora, eu só quero esquecer", disse a menina, ainda muito abalada.

De acordo com a Polícia Civil, três suspeitos foram detidos e um está foragido. Um dos detidos é menor de idade. Os adultos devem responder por estupro e tentativa de homicídio, e o adolescente, por ato infracional análogo ao crime de estupro.

Os quatro homens teriam estuprado e esfaqueado a menina 16 vezes, conforme apontou o inquérito policial, que já foi encaminhado ao Ministério Público do Estado do Amapá (MP/AP). Um cabo de vassoura ainda foi deixado na genitália da garota, provocando uma lesão no útero. A menina passou por uma cirurgia reparadora na região lesionada, ainda no dia do crime.

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"Eu lembro deles me dando facadas, e depois me arrastando para trás de uma casa. Eles só pararam quando eu me fingi de morta. Nesse momento, todos fugiram e eu consegui pedir ajuda ao dono do local onde me largaram", relatou a adolescente, ainda emocionada.

A menina contou que nunca havia visto nenhum dos quatro suspeitos. Ela os conheceu na noite do crime, quando aceitou o convite de duas amigas para ir a uma festa em uma casa no bairro onde mora. Na ocasião, a vítima se recusou a ingerir bebida alcoólica, o que, segundo ela, teria provocado a raiva dos suspeitos.

"Me forçaram a beber, mas eu não quis. Acho que foi por causa disso que eles fizeram essas 'coisas' comigo", disse a jovem.

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Justiça

"Quero Justiça e sonho ver todos esses homens presos para sempre. Tenho medo, e não perdoo nenhum. Se eu encontrar com eles só vou chorar", disse a menina.

"Agora, eu peço que as autoridades nos ajudem a fazer Justiça. Não temos condições de contratar advogado, mas acreditamos que eles serão todos condenados por essa maldade que não tem perdão", disse a avó, uma dona de casa de 47 anos.

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Mudança

Depois de sair do hospital, onde passou a metade de fevereiro internada, a menina, que era descrita pelos familiares como uma moça alegre, mudou sua rotina. 'Pega-pega' e 'esconde-esconde', brincadeiras preferidas da adolescente, deixaram de fazer parte dos fins de tarde no bairro onde mora. Atualmente, ela passa a maior parte do tempo em frente à TV.

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"Eu gostava de brincar de várias coisas na ponte. Hoje, eu não brinco mais por causa do que aconteceu comigo. Perdi a vontade de quase tudo", lamentou.

"O jeito dela mudou muito. Ela acordava às 5h da manhã, sempre com vontade de ir à escola, algo que não vemos agora. Hoje, tem vontade de ir, mas tem vergonha de sair na rua", contou a avó.

Perversidade

"Ela foi estuprada por todos. Em seguida, a esfaquearam por pura perversidade, não havia motivo algum para a violência", disse o policial militar Lourival Júnior, que prendeu os suspeitos.


Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2014/03/e-um-milagre-estar-viva-diz-menina-estupradaeesfaquea...

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O Brasil precisa urgente de uma mudança no código penal, e além disso que se cumpram as leis. A impunidade é que gera essa monstruosidade. Uma pena ver tamanha violência numa criança, e agora como será seu futuro? Quem vai trabalhar nessa cabecinha para que ela cresça saudável como era antes? continuar lendo

A violência foi de fato intensa e assunto é muito polêmico. Ainda assim, penso que o problema transpõem o sistema jurídico. Vivemos em uma sociedade machista, onde o homem está acostumado a bater na mulher e tratá-la como objeto. A emancipação política da mulher é fenômeno recente (pós-século 19), e veio junto com um pensamento igualitário.

Infelizmente a igualdade só está nas leis, não na cabeça das pessoas. Ao ler a narrativa dos fatos, fica muito claro que os agentes tinha intenção de drogar a adolescente para abusar dela sexualmente, o que pressupoe o preconceito de que mulher seria mero objeto sexual.

O mais impressionante foi a decisão dos agentes de mesmo sem a anuência dela para ingerir a bebida alcoolica (onde poderiam facilmente colocar substancia alucinogena), praticar o crime. Acho que os agentes fugiram quando ela simulou morte porque "estupro" seria normal no conceito deles e homicídio não.
Concluindo, concordo com seu posicionamento quanto a impunidade, com a ressalva de que precisamos de mudanças mais profundas para sanar o problema da violencia, principalmente da de gênero. Mudança nas leis não reduziu a criminalidade em nenhum país (basta conferir as estatísticas dos países que implementaram pena de morte). continuar lendo

Uma das coisas que mais revolta num caso desses, além da sensação de vazio penal, é uma foto como a que mostra a cara do calhorda encoberta. Tinha que mostrar a cara deles todos. Criminoso perde direito à privacidade. continuar lendo

Concordo, deveriam mostrar o rosto de todos eles, para ajudar no reconhecimento por parte de outras vitimas, que provavelmente já fizeram. continuar lendo

Ora, todos sabemos que nenhum direito é absoluto, inclusive o direito a vida, vide constituição... Se o estuprador tem direito a privacidade a sociedade tem o direito a informação, de conhecer o meliante, de poder reconhecê-lo no caso de encontrá-lo na rua, este direito não pode ser negado a sociedade para sua própria proteção. Neste caso, certamente o peso do direito a informação pela sociedade é, em muito, superior ao direito a privacidade do bandido. continuar lendo

concordo plenamente continuar lendo

Concordo quase que plenamente.
Infelizmente a CF determina que todos são inocentes até sentença penal condenatória transitada em julgado, assim, os possíveis autores da barbaridade não podem ser taxados de bandidos, tendo assim sua privacidade garantida.
Após a condenação irrecorrível, os autores poderão receber o nome de bandidos e será dever do poder público divulgar suas imagens. continuar lendo

Lembro-me de um caso onde foi feito matéria sobre crimes. Na matéria colocaram imagem de um ex-criminoso. Esse, depois, ingressou com danos morais, e ganhou. O relator do processo disse que o criminoso já cumprira pena e, assim, não poder-se-ia manter sua imagem pessoal na eternidade da punição. continuar lendo

Tenho vergonha de falar que sou Brasileiro quando o assunto é Justiça, Política, Saúde e Segurança. Em resumo, não tenho muito do que me orgulhar nesse País de hoje. Que Deus tenha misericórdia de nós e volte logo! continuar lendo

Olha Edvan,você falou pouco mais falou tdo.
Faço das suas as minhas palavras. continuar lendo